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O ESPÍRITO TRADICIONAL DA IGREJA SEGUNDO A TEOSOFIA


Independentemente da crise espiritual, antes, psicomental e psicossocial grassando hoje em dia no seio da Religião Católica por culpa exclusiva dos seus próprios dirigentes abertamente despossuídos de Espírito Tradicional, opondo o dogmatismo teológico cerrado sobre si mesmo ao pragmatismo livre da Sabedoria Iniciática das Idades, que afinal está na origem do próprio Catolicismo ou Universalismo que é o que significa este termo grego, pois tem por alicerces as doutrinas teúrgicas e taumatúrgicas Essénia e Gnóstica dos primeiros tempos da sua existência, irei neste estudo tomar por padrão aquilo que o Catolicismo deveria assumir de vez por ser a raiz oculta da sua existência espiritual, e assim provar que tal raiz ou raízes são francamente TEOSÓFICAS.
Comece-se pelo edifício da igreja ou “assembleia” de fiéis congregados na mesma para celebração da Santa Missa. Uma igreja é, por princípio, um centro magnético estabelecido num determinado ponto telúrico da superfície da Terra, no qual foram criadas condições especiais destinadas a permitir a livre passagem da Consciência, da Vida e da Energia do Mundo Espiritual ao Mundo Material, e deste, de retorno, àquele. Idealmente toda a pessoa deveria prover dentro de si estas condições, porém, no presente estágio da Evolução Humana só os mais adiantados estão aptos a atingir esse fim. O ideal de cada devoto católico é que, eximindo-se da necessidade de uma igreja externa, possa ele próprio tornar-se uma igreja corporal, levando a Consciência, a Vida e a Energia ao seu próximo, à Humanidade e cooperar na elevação do amor, da adoração e do culto ou serviço do Homem a Deus. Até que este ideal seja alcançado, onde que todo o homem e toda a Terra sejam um único Templo Universal, igrejas, sinagogas, mesquitas, pagodes, etc., serão necessários como canais reconhecidos no verter dos benefícios do Supremo Pai aos seus filhos que jornadeiam em sua longa peregrinação aqui neste Mundo.
Como muito bem diz Geoffrey Hodson (in O lado interno do Culto na Igreja. Editora Pensamento, São Paulo), o estabelecimento de um centro magnético espiritual, como o de uma igreja, reduz grandemente a resistência ao fluxo de Força Espiritual do Mundo Angélico e possibilita a presença e serviço dos Santos Anjos. Em princípio eles deverão encontrar ali um ambiente harmonioso, no qual são protegidos das vibrações desarmónicas da vida humana comum.
Quatro grandes Correntes de Forças fluem para o interior e através de uma igreja devidamente consagrada para o efeito. Emanam, em primeiro lugar, da Hierarquia Humana e Supra-Humana, aquela composta do corpo eclesiástico e dos fiéis, esta dos Adeptos Independentes da Grande Fraternidade Branca que estejam ligados à Linha do Serviço e da Devoção como verdadeira Mística, sendo cada membro um canal da influência jaculatória da Santíssima Trindade; em segundo lugar, da Hierarquia Angélica directamente ligada aos Aspectos Amor e Devoção do próprio Logos Planetário – o PAI; em terceiro lugar, do Centro da Terra (como Laboratório do Espírito Santo), e, finalmente, do Sol (Espiritual, já se vê, expressando ao Cristo Cósmico em seu 2.º Aspecto Amor-Sabedoria). Essas quatro Correntes reúnem-se na igreja, cada qual contribuindo com a sua influência particular, sendo todas unificadas e utilizadas pelo Senhor CRISTO, o Supremo Instrutor de Anjos e de Homens, pois que as combina na mais gloriosa perfeição que só Ele é capaz, convertendo-as num instrumento para o Trabalho específico que exerce em favor do Mundo, neste caso particular, através da Celebração Cristã.
Essas grandes Correntes de Forças que encontram expressão em todo o edifício religioso canonicamente consagrado para o efeito, repito, podem ser subdivididas como se segue:
A) A Força de cada um dos Três Aspectos da Santíssima Trindade ou Logos Tríplice, como seja o Solar agindo através do Planetário: VONTADE ou PODER ESPIRITUAL, AMOR-SABEDORIA, ACTIVIDADE INTELIGENTE, correspondendo a PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO.
B) O Fogo Celeste do Logos Solar, FOHAT, manifestando-se através do seu veículo físico, o Sol, predominando nisto o Segundo Aspecto da Santíssima Trindade.
C) O Fogo Terrestre do Logos Planetário, KUNDALINI, subindo do Centro da Terra à superfície, actividade particular ao Terceiro Aspecto da Divindade. Essas duas Correntes de Luz e Fogo são solicitadas e encontram-se em cada templo consagrado fornecendo a força essencial, ou «carga» de Energia por meio da qual o mecanismo ritualístico da Igreja se torna capaz de um efectivo serviço real.
D) O Fogo Vital, PRANA, da Grande Fraternidade Branca, a “Assembleia dos Santos e Sábios”. Grande parte desta Energia é fornecida pelo Departamento de Ensino dirigido pelo CRISTO, o Divino Bodhisattva, mas sob as ordens do Chefe Supremo da Grande Fraternidade, o Senhor Rei do Mundo, MELKITSEDEK, estando os Chefes (“Choans de Raios”) de cada uma das Sete Linhas ou Raios de Forças Planetárias também representados.
E) A influência espiritual do Mestre Jesus, correlacionado à Sexta Linha do Devocionalismo Superior ou a verdadeira Mística, como sendo o Adepto encarregado da Igreja Cristã.
F) A força e a presença de determinadas Ordens de Anjos, particularmente as que operam nos 1.º, 3.º e 4.º Raios, ou sejam, os Anjos do Poder ou de Cerimonial, os Anjos da Arte ou da Beleza e os Anjos da Cura ou Hospitalares. Todos os Sete Raios estão representados no Trabalho da Igreja.
G) A Força da Egrégora ou Reservatório Energético da Igreja, alimentando esta que por sua vez a alimenta, tendo por fundo a Força Divina do Instrutor do Mundo – o Senhor Cristo.
Aparição angélica durante a celebração eucarística
Em conformidade aos Sete Raios de Luz Divina (representados no Candelabro de Sete Bocas, Menorah, ou nas Sete Lâmpadas sob o arco triunfal que separa o altar-mor da assembleia), os seus respectivos Dirigentes ou Choans, Dhyanis-Jivas, todos sob a direcção do Senhor CRISTO, o mesmo MAITREYA transhimalaio, assim se dispõem na cúspide do Velho Ciclo de Piscis ou Antigo Pramantha, já hoje dirigido pelos Dhyanis-Budas do Novo Pramantha ou Ciclo de Evolução Universal sob a égide de Aquarius:
1.º RAIO DA VONTADE OU PODER – SOL (DOMINGO)
2.º RAIO DO AMOR-SABEDORIA – LUA (SEGUNDA-FEIRA)
3.º RAIO DA ACTIVIDADE INTELIGENTE – MARTE (TERÇA-FEIRA)
4.º RAIO DA HARMONIA ARTÍSTICA – MERCÚRIO (QUARTA-FEIRA)
5.º RAIO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO – JÚPITER (QUINTA-FEIRA)
6.º RAIO DO DEVOCIONALISMO SUPERIOR – VÉNUS (SEXTA-FEIRA)
7.º RAIO DA ORDEM OU MAGIA CERIMONIAL – SATURNO (SÁBADO)
Ponte de ligação, donde pontífice, entre essas energias espirituais e a congregação dos fiéis, está o Bispo na cumeeira da hierarquia eclesiástica, exercendo função semelhante à do Vigilante Silencioso (que, na suprema instância, vem a ser o Deus AKBEL vigiando desde o Segundo Trono a boa marcha evolucional do Mundo) da boa ordem sacerdotal e doutrinal da Igreja. O seu próprio nome assim o indica, conforme a etimologia grega: epi, “seguro”, scopeo, “eu vejo”, donde episcopae, “bispo”, o vigilante, chefe ou guardião de uma diocese (dioikesis, “administração”). Assim, tem-se:
A manifestação de tais Consciências e Energias subtis efectua-se através da Missa, conforme a sua própria etimologia indica: messie, missus, que quer dizer “enviar, manifestar”… o Segundo Aspecto Solar do Cristo Cósmico na Terra, no seio da Assembleia dos Fiéis, isto é, na Igreja.
De acordo com J. M. Ragon (in La Misa y sus Misterios. Sevilha, Outubro de 1989), os autores litúrgicos distinguem várias partes na Missa: 1.ª) a preparação ou as orações que se dizem antes da oblação, sendo o que se denominava missa dos catecúmenos; a oblação e a oferenda que se estende desde o ofertório até ao sanctus; 3.ª) o cânone ou regra da consagração; 4.ª) a fracção da hóstia e a comunhão; 5.ª) a acção de graças ou post-comunhão.
Segundo o rito ou língua em que se celebra, a Missa toma o nome de missa grega, missa latina, romana ou gregoriana, ambrosiana, galicana, gótica, moçárabe, etc. Diferenciam-se na forma mas não no conteúdo.
Antigamente não se celebrava a Missa todos os dias, e quase nunca era feita sem a pompa exterior permitida pelas circunstâncias. Os próprios fiéis comungavam todas as vezes que assistiam ao Santo Ofício. Mas pouco a pouco esse uso perdeu-se acabando por comungar só o sacerdote, ainda que as orações da liturgia e as próprias palavras do cânone indiquem que todos os assistentes ao Sacrifício devam participar do Pão Eucarístico.
Distinguem-se várias classes de Missas:
A grande missa solene ou missa maior celebra-se com um bispo e dois sacerdotes acolitados por quatro diáconos, além de outros ministros, havendo cânticos pelo coro.
A missa baixa é dita por um só sacerdote, sem nenhum cântico.
Na missa privada, o sacerdote não tem mais que o seu acólito como assistente.
Antanho chamava-se missa de escrutínio à que se dizia para os catecúmenos, realizando-se na 4.ª feira e no sábado da 4.ª Semana de Quaresma, altura em que se examinava se estavam suficientemente dispostos para o baptismo.
E missa de juízo aquela que se celebrava por um acusado que queria justificar-se segundo as provas estabelecidas.
Chama-se missa do dia aquela que é própria do tempo em que se está e a festa que se celebra.
Missa votiva a de um Mistério ou de um Santo, como a Missa do Espírito Santo, da Santa Virgem.
Há missas pelos vivos, e há missas pelos mortos.
A missa dos pré-santificados, na qual nada se consagra. Celebra-se na Sexta-Feira Santa, consignada tradicionalmente a do Santo Sangue, San Greal ou Santo Graal.
Foram quase suprimidas a missa seca e a missa náutica, geralmente ditas nas praias e nos barcos.
Chamava-se missa dourada à que se celebrava nos dias de regozijo, em que se faziam dádivas ao povo, e na qual os reis e príncipes faziam brilhar toda a sua magnificência.
Nos missais alsacianos, encontra-se este antigo título: Missa pro duello (Missa pelo duelo).
A missa vermelha, missa pelo regresso, depois das férias, das cortes soberanas que assistiam a ela com vestes vermelhas, ou Missa do Espírito Santo.
A missa grega a que se diz seguindo o rito grego.
A missa da meia-noite, a missa de alva (noite de Natal, a 25 de Dezembro).
Missa conventual, quotidiana em certas igrejas.
Missa do caçador, dita com precipitação. Missa assinalada, para as damas da corte.
Missa de anjos, para as crianças falecidas antes dos sete anos de idade.
Missa dos mortos, celebrada pelas almas do purgatório.
Missa galicana ou ambrosiana, que se dizia antanho nas Gálias e dizendo-se também no Ofício de Paris.
Missa gótica, dizendo-se antigamente entre os godos que eram arrianos.
Missa latina, romana ou gregoriana.
Missa moçárabe ou missa da Hispânia, celebrada segundo o rito moçárabe.
Missa pela morte dos inimigos, usada em Espanha e suprimida em 1844.
Durante parte da Idade Média foram introduzidos abusos estranhos na celebração dos Santos Mistérios. Alguns clérigos celebravam-nos sozinhos, não tendo sequer um acólito a assisti-los; outros juntavam várias missas numa só, a fim de recolherem das suas funções sagradas um maior benefício. Todos esses abusos foram suprimidos, principalmente a partir do Concílio de Trento (1545-1563).
No templo cristão, a igreja estruturada canonicamente para o efeito (pelo que improvisar em salões de espectáculos e afins vale tanto quanto nada, espiritualmente falando), o foco central onde se concentra a Fé e o Conhecimento, ou seja, o Magistério e a Tradição, vale dizer o Rito e o Dogma, é precisamente o altar-mor. Aqui se recebe e daqui se distribui a Força Divina (a Presença de Deus) a toda a congregação, sendo geralmente o sacerdote (sacrodôktos, “investido sagrado” ou “doutor no Sagrado”, pois todo o sacerdote é simultaneamente instrutor, ainda que nem todos os instrutores sejam sacerdotes, por não estarem consagrados para tal efeito, tal qual o sacerdote é sempre monge, mas nem todo o monge é sacerdote) assistido por dois acólitos: o diácono e o subdiácono. Neste caso, assessoram respectivamente as Energias dos 1.º, 2.º e 3.º Raios ou Linhas de Forças Hipostáticas promanadas da Santíssima Trindade, como sejam o Pai (1.º Logos), o Filho (2.º Logos) e o Espírito Santo (3.º Logos), Uno em Consciência e Trino em Energia, logo, UNO-TRINO. Quando se trata de Missa Maior promovida pela diocese e assessorada pelo bispo, este tem como acólitos dois sacerdotes e quatro diáconos, perfazendo pela ordem hierárquica os Sete Raios de Luz, os três primeiros de Atributo e os quatro restantes Subsidiários, canalizando as Energias Cósmicas dos Sete Espíritos Diante do Trono, Este materializado no Altar, e Aqueles nas Sete Lâmpadas ou no Candelabro de Sete Bocas acesas.
Não são poucos os que hoje em dia, desapercebendo completamente o sentido do Ritual e a eficácia da sua mecânica litúrgica, vêm a opor-se tanto a ele como a qualquer orgânica expressiva de ORDEM e REGRA, o quem sem estas restam a DESORDEM e DESREGRA. Impuberdade espiritual de quem muito presume na prosápia da ignorância «esclarecida» que não possa de auto-convencimento. Sobre este assunto e tomando por base o poema Cavaleiro Monge, de Fernando Pessoa, tive oportunidade de proferir num carta privada redigida ainda este ano de 2010:
«Quanto ao poema de Fernando Pessoa, “Cavaleiro Monge”, datado de 1932, vem a ser parte doutros poemas místicos feitos na mesma época pelo autor, nomeadamente “À sombra do Monte Abiegno”. Neste poema em questão, Fernando Pessoa vem a realçar a necessidade da ritualística como meio de realização individual e, também, grupal, pois se a evolução é feita exclusivamente pelo próprio, contudo o trabalho em grupo é uma ajuda preciosa e imprescindível onde uma parte comata as acaso necessidades mentais, emocionais ou físicas da outra, e assim tudo acaba ficando em pé de igualdade, para que no Templo UM E TODOS sejam Mental, Emocional e Fisicamente UMA SÓ UNIDADE!
«Mesmo assim, a evolução pessoal à pessoa pertence, e evoluindo pessoalmente vai afectar positivamente a evolução do grupo. É o UM POR TODOS E TODOS POR UM! Isto é que é a Verdadeira Iniciação, onde os processos exteriores vêm a reflectir as transformações interiores. Na realidade, o Santo Ritual, com toda a sua panóplia de SÍMBOLOS feitos VIVOS pelo(s) interveniente(s), é a expressão externa das realidades interiores a ver exclusivamente com o Mundo Espiritual de que participa o ritualístico segundo a característica que a doutrina ou ensinamento lhe dá. Por isso o Ensinamento Teúrgico sobre o Caminho Iniciático é diferente do de outras correntezas de pensamento místico, pois que cada um afiniza-se com o Mundo Espiritual conforme o tom natural das suas apetências psicomentais.
«Ainda assim, há quem diga que o Ritual é prescindível e basta a interiorização mística da consciência imediata. Poderá ser… mas é falha e muito. Pois o RITUAL expressa canonicamente o RITMO da Matéria e só por ele se alcança a VIBRAÇÃO do Espírito. Sem Ritual a comunhão e comunicação com o Espiritual inexiste, pois não há outra maneira de estabelecer a ligação entre RITMO e VIBRAÇÃO para que, canónica e regularmente, da fusão das duas haja a divina HARMONIA. Sem Ritual não se entende nem se comunga directamente do Espiritual, não no sentido INDIVIDUAL mas no UNIVERSAL. O Espírito no Homem participa directamente, por via do Santo Ritual, do Espírito Universal de quem ele é parcela. Por isso se fala em ATMÃ PARCIAL e ATMÃ UNIVERSAL.
«Fernando Pessoa, nesse poema importantíssimo, retrata o Iniciado como TEMPLÁRIO, o “Cavaleiro Monge”, donde a necessidade do Ritual como meio de evolução pessoal e grupal, repito. Pois bem, a Iniciação Menor ou Humana está expressa no “Vale”: é a realização da Personalidade Psicomental. A Iniciação Maior ou Espiritual está expressa na “Montanha”: é a realização da Individualidade Atabimânica ou da Tríade Superior, Espiritual. Esta representa-se no próprio Cavaleiro; aquela, no Cavalo. Ambos “por penhascos pretos, atrás e defronte, caminhais secretos”, isto é, enfrentando os seus próprios “demónios”, as suas nidanas ou vicissitudes fatais porque impeditivas da evolução verdadeira da Consciência, avançam “secretos”, anónimos, numa batalha só sua, onde o cavalo deve finalmente ser dócil ao cavaleiro, ou seja, a Personalidade alinhada, integrada à Individualidade.
«Por isso é que no poema constituído de 5 septetos, no final da cada um está a resposta:
1)      Caminhais aliados (interligados)
2)      Caminhais secretos (interiorizados)
3)      Caminhais libertos (independentes)
4)      Caminhais sozinhos (distintos)
5)      CAMINHAIS EM MIM!
«Isto é, “fazeis parte de Mim”, no sentido de Eu, de Consciência Imortal que sendo UNA (Individualidade) como Espírito, carece da MULTIPLICIDADE (Personalidade) para se manifestar objectivamente. Realmente, feita como está a composição, não deixa de ser um «cavalo secreto», isto é, uma CÁBALA GEMÁTRICA ou Fonética, tal qual a “Fala dos Pássaros” de que o Corão fala, ou seja, a VOZ ANGÉLICA ou da INTUIÇÃO DIVINA.
«O TEMPLÁRIO em sua dupla função, é CAVALEIRO ou GUERREIRO (TRIBUTÁRIO) que faz “Guerra Santa “ (Al-Fatah) sobretudo a si mesmo, à sua poderosa e predominante parte mortal. Aqui se enquadra o LABORA. Também é MONGE ou TEMPLÁRIO demandando o Saint Vaisel, o SANTO GRAAL na formação da sua parte imortal. Nisto entra o ORAORA ET LABORA é o LABORATORIUM onde se realizam as mais finas especializações espirituais no acto permanente de TRANSFORMAÇÃO da consciência mortal na Inconsciência imortal até então adormecida ou latente, em semente “mais pequena que a cabeça dum alfinete”, mas que com a “alimentação” que o “Cavaleiro” lhe dá acabará por tornar-se Pleniconsciência Divina, imposta à imediata consciência mortal, porque passageira, transitória entre encarnações.
«No plano cosmogénico, vem a ser também a descida da Mónada à Matéria (Pravritti-Marga), onde de VIRGINAL ou POTENCIAL se torna MATURA ou PATENCIAL, dando-se a subida da Mónada da Matéria ao Espírito (Nivritti-Marga).
«Com tudo isso tem a ver aquela estrofe do Mantram do Quinto Sistema, composto pelo nosso Venerável Mestre JHS:
Bate, bate, esforçado Obreiro. (MONGE, TEMPLÁRIO)
Luta, luta, valoroso Guerreiro. (CAVALEIRO, TRIBUTÁRIO)
Cada vez cavar mais fundo (TRABALHAR COM MAIS AFINCO)
Para servir ao Rei do Mundo… (MELKITSEDEK, CHAKRAVARTI, etc.)
«Onde está o Rei do Mundo? No “Monte” de que fala o poema: “Da montanha ao monte”, isto é, pela Iniciação Maior ou Real se demanda e alcança o escrínio precioso do Monte Santo onde vive e vibra o Soberano do Mundo, o Santo dos Santos (AT-HA-KADOSH) com o qual finalmente se integrará e será UM! Que “monte” é esse? É a Montanha Branca da Iniciação (com o mesmo valor iniciático do Obelisco e da Pirâmide) a quem o poeta chama “Monte Abiegno”. Se bem que Abiegno signifique tanto “begónia” como “abeto”, literalmente, o significado será bem outro e mais esotérico por se tratar dum poema iniciático. Assim, teremos de recorrer à CÁBALA FONÉTICA, à “Fala dos Pássaros” (SENZAR) para encontrar o verdadeiro sentido de ABIEGNO, que anagramaticamente nos dá ABEGINO, isto é, AB, “Pai”, em árabe, e GINO, GIN, DJIN ou JINA. Logo, ABIEGNO OU ABEGINO é o MONTE SANTO do “PAI DOS JINAS”, do “DEUS DOS GÉNIOS OU ADEPTOS PERFEITOS MENTORES DA HUMANIDADE”. Para este Lugar Sacrossanto ou Centro Primordial, Fernando Pessoa canalizou todas as suas forças e intenções secretas ou veladas, coisa que já revelara a Ofélia Queiróz: “A minha vida pertence a Mestres que não permitem”…
«Ora o “Pai dos Jinas” vem a ser o próprio Rei do Mundo na cúspide do Governo Oculto do mesmo. E o mesmo “Abiegno”, sendo o poeta português e com relações íntimas à ORDEM ESPIRITUAL PORTUGUESA (M.Z.), só poderá ser… SINTRA. Esta a “Mansão do Rei do Mundo”, de cujo seio lapidar comanda os destinos do mesmo como “ARA DE LUZ” ou ARABEL por ser o LUZEIRO DE VÉNUS que tem a ver com a HORA PRESENTE E FUTURA por estar, ademais, encravado, entronizado no QUINTO Posto Representativo da OBRA DO ETERNO NA TERRA. Sintra o Quinto Posto a ver com a presente Quinta Raça-Mãe Ariana onde já se “cava fundo”, labora com intensidade na construção causal da futura Quinta Ronda do Globo e consequente Quinta Cadeia e até Quinto Universo, sob a égide de VÉNUS ou SHUKRA, a ver com o CÁLICE DO ESPLENDOR sem algum amargor!… Eis aqui o FUTURO NO PRESENTE e o PRESENTE NA OBRA DO FUTURO, assim garantindo, dando solução pela matemática divina, à Marcha da Evolução avante.»
Para Charles Leadbeater (in A Ciência dos Sacramentos. Paris, 1926), o plano de uma igreja ideal é o seguinte conformado às antigas proporções dos cânones geométricos, tanto valendo por Geometria Sagrada:
As vantagens desse plano ou esquisso são as seguintes: o altar é visível de todas as partes da igreja; o celebrante está próximo dos fiéis; o coro está de lado para a assembleia podendo, por conseguinte, conduzir melhor os cânticos; a nave está comodamente conseguida, simbolicamente bem disposta e permitindo às procissões passarem realmente na assembleia. Por outro lado, uma igreja quadrada facilita a formação satisfatória de um edifício eucarístico.
A tradição Católica, o seu dogma teológico, baseia-se em três fórmulas de Fé, chamadas respectivamente: Credo de Niceia (o mais antigo, constando da Missa da Igreja Romana, redigido no ano 325), Credo de Atanásio (em oposição ao anterior, seguido pela Igreja Ortodoxa do Oriente) e Credo dos Apóstolos (surgido quatro séculos depois do primeiro). O texto do Credo de Niceia é o seguinte:
«Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, engendrado de seu Pai antes de todos os mundos, Deus de Deus, Luz da Luz, Verdadeiro Deus do Verdadeiro Deus, engendrado, não feito; sendo da mesma Substância que o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; que, por nós homens e por nossa Salvação, desceu do Céu, e Se encarnou, pelo Espírito Santo, da Virgem Maria, e se fez homem, e por nós também, foi crucificado, sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado, e ao terceiro dia ressuscitou, conforme as Escrituras, e ascendeu ao Céu, e está sentado à mão direita do Pai; e voltará de novo em Sua Glória para julgar tanto os vivos como os mortos, e cujo Reino não terá fim.
«E creio no Espírito Santo, senhor e Dispensador de Vida, que procede do Pai e do Filho, e junto com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, e falou pelos profetas; e creio numa Igreja Católica e Apostólica; reconheço um baptismo para a remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo futuro.»
Por depender muito a compreensão do Credo de Niceia da tradução exacta do original grego, vai aqui incluso, para comparação, o texto desse mesmo original:
Esse Credo mostra já o afastamento acentuado da doutrina original ministrada por Jesus o Cristo, pois foi no Concílio de Niceia que se rompeu definitivamente com a Fonte do Saber Iniciático, doravante em posse de uns escassos eleitos, ou seja, a elite oculta do Cristianismo. A Fórmula do Cristo como o texto original em que o Credo se baseou, nunca foi traduzida. Mas Leadbeater (in O Credo Cristão. Editora Pensamento, São Paulo) faz uma tentativa de paráfrase do seu significado, baseado nos ensinamentos esotéricos dos primitivos Padres Apostólicos, muitos deles Essénios e depois Gnósticos:
«Cremos em Deus, o Pai, de quem procede o Sistema, isto é, o nosso Mundo e todas as coisas nele existentes, sejam visíveis ou invisíveis; e em Deus, o Filho, Santíssimo, Único Nascido de Seu Pai, antes de todos os Ciclos, não criado e sim emanado, sendo da mesma Substância do Pai, Verdadeiro Deus procedente do Verdadeiro Deus, Verdadeira Luz procedente da Verdadeira Luz, por quem todas as formas foram criadas; que, por nós, homens, desceu do Céu e penetrou as Águas da Matéria, mas daí subiu de novo em Glória ainda maior para um Reino sem fim; e em Deus, o Espírito Santo, o Dispensador de Vida, emanado também do Pai, igual a Ele e ao Filho em Glória; o qual se manifesta através de seus Anjos; reconhecemos uma Irmandade de Homens Santos, que conduz até à mais Alta Irmandade Maior, e uma Iniciação emancipando das cadeias do pecado e libertando da roda do nascimento e da morte, para a Vida Eterna.»
Esse texto terá sido redigido com a finalidade de condensar numa fórmula de fácil memorização os ensinamentos esotéricos dados originalmente pelo Cristo aos Apóstolos, num processo mnemónico em que cada frase devia recordar às mentes muito mais do que as meras palavras que nela se continham.
Referindo-se essencialmente à Santíssima Trindade, vê-se na Fórmula do Cristo o Trabalho das Vagas de Vida que, depois de se fragmentarem em indivíduos, neste estado procuram adquirir as experiências necessárias por todo o Sistema para cooperarem, conscientemente ou não, na elaboração do Plano idealizado pelo Logos Solar (o mesmo Helius ou Elion, e não “Elias” da má tradução, a quem Jesus se encomendou no suspiro final…) no início do Ciclo Evolucional.
O termo “Vagas de Vida” é empregado na literatura teosófica moderna em três sentidos diferentes:
1 – Para indicar as três grandes Efusões (Propagações ou Expansões) da Vida Divina, emanadas dos Três Aspectos do Logos.
A 1.ª Efusão saindo do Terceiro Aspecto e mergulhando directamente na Matéria, a fim de vivificá-la, construir os átomos e combiná-los em compostos químicos.
Nessa Matéria vivificada desce a 2.ª Efusão de Vida proveniente do 2.º Logos, para, depois de atingir o Plano mais denso, remontar com a 1.ª para o encontro com a 3.ª, emanada do 1.º Logos ou 1.º Aspecto.
As duas primeiras Efusões de Vida agem nos corpos de todos os seres em evolução nos vários Reinos da Natureza, até que, pelo contacto com a última ou 3.ª, as entidades em evolução atinjam a categoria Humana, ou se individualizem pela aquisição de um Espírito próprio, invés de até então colectivo.
2 – Para designar os Impulsos sucessivos componentes da segunda das três grandes Efusões, representadas no esquema a seguir. A esses Impulsos de Vida, para maior clareza, denominarei Correntes de Vida.
3 – Para indicar a transferência da Vida de um Globo para outro, dentro da mesma Cadeia (com sete Globos), no decorrer nas diferentes Rondas (Ciclos).
Depois do processo apontado anteriormente, através das Efusões, ocorre a criação dos sete Reinos:
1.º Reino – Aéreo
2.º Reino – Ígneo
3.º Reino – Aquoso
4.º Reino – Mineral
5.º Reino – Vegetal
6.º Reino – Animal
7.º Reino – Humano
Esses sete Reinos da natureza (correspondendo aos bíblicos “Sete Dias da Criação”) são as manifestações da mesma Vida, da Vida Una do Logos proveniente do seu 2.º Aspecto quando, como se viu, a matéria Primordial se achava animada pela 1.ª Efusão proveniente do 3.º Logos. Esta 2.ª Efusão efectua-se por uma série de Vagas sucessivas, e são elas que originam os sete Reinos ou as sete Correntes de Vida.
Dos sete Reinos em que está repartida a Vida Una, os três primeiros acham-se no Arco Descendente ou Curva da Involução, significando que a Vida ou Espírito mergulha cada vez mais profundamente na Matéria, para depois retornar no Arco Ascendente ou Curva da Evolução com os resultados recolhidos no processo evolutivo do Logos, assim se transformando a Vida-Energia em Vida-Consciência, o que implica «a libertação da roda do nascimento e da morte, para a Vida Eterna».
Também a Oração Dominical do Senhor, o Pai Nosso, inspirado no Kodesh hebraico, tem a sua vertente esotérica, mas aqui tratando mais da Antropogénese, enquanto a Fórmula do Cristo trata mais da Cosmogénese. Senão, veja-se:
0) Pai Nosso que estais no Céu: – A Mónada Divina (Substância Absoluta).
1) Santificado seja o Vosso Nome: – O Espírito (Pai).
2) Venha a nós o Vosso Reino: – A Intuição (Filho).
3) Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra, como no Céu: – A Mente Superior (Espírito Santo).
4) O pão nosso de cada dia, nos dai hoje: – A Mente Inferior (Manas, Maná).
5) Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos ofende: – O Emocional (Simpatia/Antipatia).
6) Não nos deixeis cair em tentação: – O Vital (Atracção/Repulsão).
7) Mas livrai-nos do mal: – O Físico (Matéria/Ignorância).
A fórmula Amém encerra a Oração e tem o significado de “assim seja”. Etimologicamente, a palavra copto-aramaica Ámen significa “o que está oculto”, secreto, mistério, portanto.
Em hebreu, as letras que formam a palavra A, M, N = 1, 40, 50 = 91, são símile cabalístico de Jehovah-Adonai = 10, 5, 6, 5, e 1, 4, 50, 10 = 91, cuja acepção significa: A VERDADE, tanto valendo por Ain-Suph, ou seja, O ABSOLUTO.
Como o Mistério da Fé assenta na Ressurreição de Jesus o Cristo e nele os católicos e demais cristãos depositam a crença na “ressurreição dos corpos no Final dos Tempos”, este é assunto que já abordei ainda este ano numa carta privada alusiva ao Mistério do Pentecostes, onde tive oportunidade de proferir palavras verdadeiras revelações para o actual psicossocialmente caótico Catolicismo:
«Está escrito nos Actos dos Apóstolos (2, 1:4), segundo a tradução do texto original grego, com as variantes da Vulgata, feita por Huberto Rohden: «Vinda do Espírito Santo. Quando chegou o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído semelhante ao soprar de impetuoso vendaval e encheu toda a casa onde estavam congregados. E apareceram-lhes umas línguas como que de fogo, que se destacaram e foram pousar sobre cada um deles. Encheram-se todos do Espírito Santo e começaram a falar em línguas estranhas, conforme o espírito os impelia a que falassem».
«O dia de Pentecostes, segundo a própria etimologia deste termo em grego antigo, pentekostē [hēmera], é o “quinquagésimo” [dia], assim chamado por ser celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa, celebrando-se o Pentecostes 10 dias após a Ascensão de Jesus aos Céus. A Igreja Católica tem esta data litúrgica como o dia do seu nascimento. Poderá ser… mas certamente desconhecerá porque, por ignorar o significado real do PENTECOSTES. Este que entre os hebreus correspondia à sazonal celebração agrícola da FESTA DAS COLHEIRAS, hag haqasir e hag xabu´ot, termos actualmente em desuso, remetendo-se o Pentecostes judaico à comemoração da entrega das Tábuas da Lei, contendo os 10 Mandamentos (Ragas, em sânscrito, Regras, em português), ao Manu Moisés da Sub-Raça Judaica, 50 dias depois do Êxodo desse Povo saindo liberto do Egipto liderado pelo mesmo Manu ou Legislador.
«Quem liderou o Ritual de Pentecostes no Cenáculo de Jerusalém onde os Apóstolos de Cristo estavam reunidos foi MARIA, Mãe de Jesus, ladeada pelas Colunas-Vivas JOÃO EVANGELISTA e MARIA MADALENA, tendo PEDRO E TIAGO como Sub-Colunas. Esse Ritual foi o EPÍLOGO dum outro como INTRODUÇÃO: a Ressurreição dos Mortos (Vivos), logo após a Descida do Espírito Imortal de Cristo aos Infernos ou Interiores Lugares, a SHAMBALLAH mesma. Isso equivaleu à SUBIDA DOS MANASA-PUTRAS (Manasaputras) do Seio da Terra como os NUMERADOS Corpos Imortais dos mesmos Apóstolos de Cristo, constituídos de matéria flogística (Akasha Inferior ou Éter da Terra) pelos próprios KUMARAS nos inícios da 3.ª Raça-Mãe Lemuriana, em número de 777+111, para servirem de corpos físicos aos Seres imateriais (destituídos de matéria densa) da Corte do Quinto Luzeiro ARABEL entretanto “caído na teia fatal do Karma Terreno”, ou como canta a Exaltação ao Graal: “Estrela bendita caída dos Céus”… do Segundo Trono. A INTEGRAÇÃO dos “Vasos de Eleição” (Vas insignis devotionis, da ladainha católica que em absoluto desconhece o seu tremendo significado transcendente) ou MANASAPUTRAS (a dita “Ressurreição dos Mortos” ou subida dos Anjos Terrestres aos seus corpos na Face da Terra – Acção de Kundalini, Terceiro Logos, Espírito Santo ou SHIVA… descendo a Essência Avatárica e subindo a Substância da mesma) nos 12 + 2 Apóstolos ou Adeptos (sim, mais dois, tal qual os dois Planetas ocultos, Urano e Neptuno, pois que Jesus e Madalena também contam, levando-se em conta que o Homem Jesus é um, e o Cristo Deus ou Avatara, é bem outro), imortalizou-os na carne, e definida ficou a sua Missão no Ciclo, assumindo a condição de JIVAS PLANETÁRIOS. Mas faltava-lhe assumir a condição de JIVAS SIDERAIS, isto é, tomar posse dos seus corpos celestes formados da matéria luminosa do Segundo Trono ou Logos (Akasha Médio ou Éter Celeste) pelos ISHVARAS ou LUZEIROS aquando do início da 3.ª Cadeia Planetária, e esse acontecimento adveio depois, precisamente pelo PENTECOSTES…
«O Pentecostes é realmente o Ritual da DESCIDA DOS MATRA-DEVAS, os Anjos ou Corpos Celestes “como se fossem língua de fogo”, descendo como uma cachoeira ou cascata impetuosa de Fohat indo iluminar o Mental dos Apóstolos ou Adeptos e dar-lhes o “Dom das Línguas”, isto é, falarem a Linguagem dos Deuses, logo, expressarem a Sabedoria Divina origem de todos os saberes humanos, ou por outra, “o domínio de todas as línguas do mundo” a partir do SENZAR, a Língua Búdhica, Intuicional ou “Voz do Silêncio” cuja Sonoridade só os Grandes Iniciados ouvem e entendem, por ser o SOM DO SEGUNDO LOGOS, do CRISTO UNIVERSAL interpretado como SABEDORIA e transmitido como REVELAÇÃO. Este é o Dom do Espírito Santo, representado na Mãe Divina,  sim, por se manifestar visível e tangivelmente nesta mesma Terra que é o Corpo Sacrossanto do Terceiro Logos.
 
«Se o Supremo MATRA-DEVA que foi o Avatara CRISTO de Jesus o Iniciado, o purificou, antes, UNGIU com a Água Celeste, simbolizada na do Jordão em que Se fez baptizar, tal facto teve repetição através de MARIA que fez descer sobre o Corpo Apostólico o Fogo Celeste, iluminando-o. LUZ e PUREZA, isto vai bem com o termo BHANTE-JAUL, “Irmão de Pureza”, que é o Adepto Perfeito ou Mestre Real, e o próprio B. J., de JNANA (Sabedoria, Cultura) e BHAKTI (Amor, Carácter), tanto valendo por JAKIM e BOHAZ, também são as iniciais de JERUSALÉM e BELÉM, onde Jesus Cristo (Jeoshua Ben Pandira, o Chrestus… para o CHRISTUS UNIVERSAL) nasceu e morreu, antes, desceu… para depois subir… ressuscitar.
«Antes e após o Pentecostes há duas Ascensões: a de Jesus e a de Maria. E antes dessa de Jesus a sua Ressurreição precedida pela dos Mortos (Vivos). Assim, temos:
«MORTE DE JESUS E RESSURREIÇÃO DOS MORTOS = YAMA (Executivo) e KARUNA (JUDICIÁRIO);
«ASCENSÃO DE JESUS (FOHAT) = ARSHA-NARISHA (Modelador);
«PENTECOSTES = ASTAROTH (Coordenador) e MANU (Legislativo);
«ASCENSÃO DE MARIA (KUNDALINI) = ARDHA-NARISHA, antes, NARI (feminino), pois que se trata do futuro Kumara ANDRÓGINO em formação, ou, como se diz na YOGA UNIVERSAL, “em projecção”.
«Se para a Igreja Católica o Pentecostes tem a validade transcendente da sua fundação, facto que não aconteceu à meia-noite e sim ao MEIO-DIA, muitíssimo mais tem para nós os da Obra do Eterno, que é dizer, TEURGIA, mas aqui correlacionado a um outro PENTECOSTES que integrou definitivamente os verdadeiros MUNINDRAS aos seus “Vasos Insignes”, como diz a ladainha, e garantiu o futuro evolucional da Terra e de quanto nela vive. Passo a descrever o acontecimento que é dos mais importantes da História da nossa Obra:
«No dia 9 de Maio de 1948, às 15 horas, no Templo o Venerável Mestre JHS, como veículo físico do Deus AKBEL, abriu os Portais Celestes do Akasha Médio e daí desceram os 777 MATRA-DEVAS comandados pelo Espírito ou Essência Divina de AKDORGE. Ao descerem em revoada, como se fossem Pombas do Pombal Celeste, fez-se um vento no Templo e uma luz sobre as cabeças dos presentes, que sentiram perpassar-lhe de cima abaixo a Presença Divina dos mesmos MATRA-DEVAS a caminho de Shamballah, indo unir-se aos 777 MANASAPUTRAS, tal qual FOHAT se une com KUNDALINI. Nesse dia os Bhante-Jauls (discípulos dos) de outrora passaram à categoria de MUNINDRAS, e assim quando estes um dia se unirem com os seus MANASAPUTRAS, unem-se ao mesmo tempo com os seus MATRA-DEVAS. E com isto fica tudo dito… mesmo com (quase) tudo por realizar. Vale a alea jacta est, sim, “a sorte (o destino) está lançada”… como também o destino da Igreja de Roma está traçado. Consummatum est! Finis Eclesiae! – ditou o Quinto Bodhisattva MAITREYA ou JEFFERSUS em 1948-49. A Nova Era de Promissão não se faz de gentes e coisas velhas, mais que ultrapassadas pela marcha avante do Ciclo.
«Restam as memórias e símbolos mortos do Passado enterrado, mas que a RELIGIÃO-SABEDORIA (não religião-crença) ministrada e executada no seio da ORDEM DO SANTO GRAAL, com os seus novos e vivos símbolos, ainda assim é a única a puder explicar coerente e correctamente a simbologia do Passado que perfaz a “tradição arcaica” (ultrapassada pela TRADIÇÃO VIVA do NOVO PRAMANTHA ou “Ciclo de Evolução Universal” accionado por AKBEL, Essência Viva animando o próprio CHAKRAVARTI ou MELKITSEDEK, que sabe hoje ser o REI DO MUNDO), pelo que:
«Com o “abrir e fechar dos Portais Celestes do Reino de Deus” se liga a tradição das “portas solsticiais” que dão acesso às duas metades, descendente e ascendente, do ciclo zodiacal que aí têm os seus pontos de partida. Pois bem, os hindus falam em PITRI-YANA e DEVA-YANA, enquanto os cristãos descrevem o SOLSTÍCIO DE VERÃO e o SOLSTÍCIO DE INVERNO, representados respectivamente por SÃO JOÃO BAPTISTA (Caranguejo) e SÃO JOÃO EVANGELISTA (Capricórnio), reproduzindo o JANUS COELIS e o JANUS INFERIUS dos Collegia Fabrorum dos antigos romanos, que aliás representavam os dois aspectos juntos como JANUS (ou YANUS, donde YANA…) BICÉFALO.
«Assim, os Iniciados orientais deram a PITRI-YANA (“Porta dos Homens”) o sentido de “Descida do Espírito à Matéria” (INVOLUÇÃO), associando a tal a Terceira Pessoa da Trimurti, ou seja SHIVA, e a DEVA-YANA (“Porta dos Deuses”) o sentido de “Subida da Matéria ao Espírito” (EVOLUÇÃO), correlacionando-a à Segunda Pessoa da Trimurti ou Trindade, como seja VISHNU. Para os cristãos, SHIVA equivale ao ESPÍRITO SANTO (OMNIPRESENÇA – 3.º Raio) e VISHNU ao FILHO (OMNISCIÊNCIA – 2.º Raio)… enquanto o PAI, BRAHMA, AIN-SUPH, etc., é o ABSOLUTO (OMNIPOTÊNCIA – 1.º Raio), logo, é correlato e subentendido na Presença dessas duas outras Hipóstases como Energia Primordial, ou seja, PRANA revestindo o mesmo AIN-SUPH, SVABHÂVAT ou a SUBSTÂNCIA ABSOLUTA, o famoso “Tudo-Nada” de Spinoza.
«SHIVA ou SIVA, anagramaticamente, AVIS (a Ave GARUDA para os shivaístas, a POMBA para os pentecostais), sendo um Deus Solar (Sol da Terra como 3.º Trono, SHAMBALLAH para os orientais, LABORATÓRIO DO ESPÍRITO SANTO para os ocidentais, para todos os efeitos, o SOL CENTRAL DE BHUMI, a Terra, cujo símbolo hindu da “vaca” que lhe é atribuída, alude à nutrição de tudo e de todos que no Globo vivem como partículas vivas do Corpo do Espírito Santo, ou seja, Shiva) em si mesmo, contudo a sua emblemática é notoriamente Lunar (meia lua, tridente, etc.), logo, é um Deus Luni-Solar. Por quê? Porque como Macho é o Criador, SHIVA, e como Fêmea é a Criação, PARVATI. Sim, todo o Princípio Originador (KARTRI) possui um Aspecto Feminino (SHAKTI) que simboliza e expressa a Força Criadora desse mesmo Princípio. Assim, SARAVASTI é a SHAKTI de BRAHMA; LAKSHAMI é a de VISHNU; PARVATI é a de SHIVA. Essas Três Shaktis Primordiais correspondem às Três Marias no Ocidente, ou melhor, aos Três Atributos da Mãe Divina: MATER DEI (para o PAI, BRAHMA), MATER CHRISTI (para o FILHO, VISHNU), MATER VIRGINIS (para o ESPÍRITO SANTO, SHIVA).
«O Princípio Evolutivo que rege a Terra deriva da acção de SHIVA. Como Princípio Transformador é SHIVA quem modifica os seres e as coisas. O Mundo evolui pela transformação, pela contínua renovação das suas características, e a Força que impele a Evolução é representada por PARVATI, a Shakti de SHIVA.
«Para os Iniciados ocidentais, bem como para os Iluminados orientais, a Evolução executa-se por intermédio de uma Força que põe algo em movimento, ou melhor, põe em movimento tudo quanto existe na Terra, e a qual, por ser particular ao Terceiro Aspecto de Deus, é chamada “Fogo Criador do Espírito Santo”, ou por outra, “Fogo Sagrado (AGNI) do Deus Shiva”. Pois sim,  na Natureza essa Força é PARVATI, e no Homem é KUNDALINI. Com efeito, pela etimologia, temos: Kunda, representando a 3.ª Hipóstase do Logos, ou da Trimurti (donde Trindade), e Lini, significando a “Energia” feminina de Kunda. Temos, assim, que Kundalini é efectivamente Parvati antropomorfizada.
«Segundo a concepção dos sábios hindus, o Princípio Eterno ao manifestar-se revestiu-se gradualmente dos elementos que constituem a tessitura dos 7 Sub-Planos (do Átmico ou Espiritual, como o mais subtil, ao Prakrítico ou Físico denso, como o mais grosseiro) do PLANO FÍSICO CÓSMICO, ou, se preferir-se, de PRAKRITI. Vishnu e Shiva constituem os Pólos Masculino e Feminino da Manifestação (Manvantara), ou seja, Purusha e Prakriti, na terminologia Sankya; Alma e Corpo, na nomenclatura Ocidental; Brahma representa o Espírito, Neutro por excelência. É Atma na terminologia Védica, oposto de Jiva.
«No Homem, a essência do Ser é constituída pelo Jivatma, ou seja, Atma encarcerado nas tramas da matéria, de Jiva. O Espírito do Homem é idêntico, em última análise, ao Espírito Universal (o “Homem feito à imagem e semelhança de Deus”). A única diferença é que aquele se acha revestido de forma grosseira, incapaz de perceber além dos sentidos, e este se acha livre, pairando acima das Águas do Akasha Universal.
«Com isto, termino. Creio que excedi-me indo mais longe do que pretendia inicialmente. Há nesta carta revelações inéditas que, se apreendidas, certamente lhe serão da maior utilidade e realização verdadeira, quiçá, nos Sete Sidhis de Shiva como os mesmos 7 Dons do Espírito Santo:
SABEDORIA (UNIVERSAL)
INTELIGÊNCIA (ESPIRITUAL)
CONSELHO (PONDERAÇÃO)
CIÊNCIA (REFLEXÃO)
FORTALEZA (ÂNIMO, ESPERANÇA)
PIEDADE (AMOR)
TEMOR A DEUS (FÉ).»
Independentemente da acentuada perda hoje em dia do sentido de Espírito Tradicional que subjaz ao Corpus da Igreja, mesmo assim, para o Professor Henrique José de Souza, A Missa demonstra o Androginismo da Evolução a caminho do 5.º Sistema, título da Carta-Revelação de 24.4.1961 pertencente ao Livro da Reconstrução do Pramantha do Ciclo de Aquarius – Livro de Revelações n.º 17 do mesmo JHS, a qual diz:
«A Igreja perdeu o verdadeiro sentido dos seus símbolos. Sim, porque se tal não acontecesse saberia que na Missa (Messe, colheita”, mas também Messias, etc.) está o Grande Mistério. O Sacerdote fica em baixo, ou no mundo, em frente ao altar e pronuncia: “Introibo in altare Dei”. E o Acólito responde: “Ad Deo qui lectifica juventutem meam”. (Consulte-se a frase latina). E depois sobe para o lado esquerdo ou Ida, Lua, etc., onde lê o Evangelho do dia. Passa ao centro ou Sushumna, período de Mercúrio ou Andrógino, em frente ao qual ele esteve enquanto falava de baixo, ao lado do Acólito, que serve de eco à sua VOZ. Nesse lugar, quando chega a hora de consagrar a hóstia e o vinho, “Este é o Meu corpo, comei-o. Este é o Meu sangue, bebei-o”, ele eleva a hóstia, como Primeiro Logos, parte ao meio formando duas partes ou Segundo Logos, e assim as coloca na boca, como Terceiro Logos, pois que indo ter ao seu seio, é como se entrasse no Seio da Terra… Depois que assim se tornou um Andrógino, vai ter a Pingala, lado direito ou Solar… Por fim, terminada a Missa ele diz: “Ita Missa est”. “A Missa está acabada”. Mas isso novamente em baixo. A alegoria está feita: no começo o Homem foi andrógino inconsciente, passando a andrógino consciente no fim. Começo e Fim, ou a Evolução completa da Mónada. E ninguém conhece esse Mistério da Missa, que não é mais do que Iniciação… já perdida pela Igreja.»
Não termino sem referir o signo com que os cristãos se reconhecem entre si, ou seja, o sinal da Cruz. Apesar de já ter aludido várias vezes sobre o seu significado esotérico, contudo vou repeti-lo aqui: quando os católicos traçam sobre si o sinal da Cruz, é norma ignorarem completamente as poderosas Energias invocadas por ele e a profundidade desse mudra ou “gesto místico”. Com o dedo polegar (que nas extremidades do corpo humano é o conduto de Vénus, por sua vez canal do Akasha ou Éter para a Terra) da mão direita, levam-no ao centro da fronte (sobre o Chakra Frontal – Sede da Sabedoria – recebendo o Poder de cima, do Chakra Coronal), afirmando: “Em Nome do Pai”, assim atraindo a Sua Energia Vital, o Prana cuja “veste” é o Akasha, como Quintessência da Natureza; o dedo desce depois verticalmente até ao centro do peito (sobre o Chakra Cardíaco – Sedo do Amor), dizendo: “Do Filho”, evocando-se a Sua Força, Fohat, a Electricidade Cósmica como Fogo Frio Celeste; e logo o dedo sobe ao ombro esquerdo prolongando a linha horizontal até ao ombro direito, passando sobre a laringe, desfechando a evocação: “E do Espírito Santo”, atraindo-se o Seu Poder, Kundalini, o Electromagnetismo Planetário como Fogo Quente Terrestre (manifestando-se Filia Vocis ou Verbo Divino pelo Chakra Laríngeo).
Vêem-se assim os Chakras superiores (do coronal ao coracional, e os quais estão representados nos “sete selos do Livro do Apocalipse”) serem accionados da esquerda para a direita, em rotação destrocêntrica ou solar e expressando de maneira soberba, apesar de velada, a Cruz Flamejante onde a Rosa ideal está ao centro, sobre o Lugar do Verbo.
Aos católicos e demais cristãos que virem a ler este estudo, aconselho ou sugiro a darem mais atenção e consciência ao sublime gesto que traçam, expressor da Santíssima Trindade, invés do habitual e inconsciente costume rotineiro.
Posto quanto considero essencial ao entendimento sério do Espírito Tradicional da Igreja Católica, resta-me votar na alguma valia deste estudo para todos, preferencialmente os cristãos, consumando com a prece da liturgia católica:
A Ti, Ser Perfeito, o Senhor e Amor dos homens, confiamos a nossa vida e esperança. Pois Tu és o Pão Celestial, a Vida de todo o Mundo. Tu está em todos os lugares e susténs todas as coisas. És o Tesouro de infindável Bem e a Fonte de infinita Compaixão. Amém.

Obra de referência:
Dogma e Ritual da Igreja e da Maçonaria, por Vitor Manuel Adrião. Editora Dinapress, Lisboa, Setembro de 2002.

Fonte:Vitor Manuel Adrião-http://lusophia.portugalis.com/

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