Maria, amor e proteção
Quase tudo o que se sabe sobre a jovem de Nazaré, em Israel, escolhida para gerar o filho de Deus, vem das tradições passadas de boca a boca através dos séculos ou mesmo dos evangelhos apócrifos (escritos sagrados do Novo Testamento não incluídos nos evangelhos de São Lucas, São Mateus, São João e São Marcos, considerados as escrituras autênticas).
Maria é citada em poucas passagens dos quatro evangelhos. Em São Marcos, praticamente não há nenhuma referência a ela, e em São Mateus, apenas breves comentários. O livro de São Lucas, porém, descreve em detalhes diversas passagens de sua vida, especialmente as relativas ao nascimento de Jesus. Em seu evangelho, São João faz de Maria um símbolo da condição feminina, chamando-a simplesmente de mulher. O próprio Jesus Cristo a trata por esse nome, por exemplo, quando na cruz a entrega aos cuidados de João. “Mulher, eis aí o teu filho”, diz.
APARIÇÕES MILAGROSAS
Ao longo da história, Nossa Senhora fez diversas aparições aos fiéis, nos quatro cantos do mundo, geralmente acompanhadas por milagres ou fatos extraordinários. Nessas ocasiões, quase sempre revelou mensagens pregando a fé, a fraternidade e a conversão ao bem.
A Igreja Católica reconhece e aprova oficialmente pelo menos sete aparições, todas em locais que se tornaram centros de peregrinação. Na primeira, no século XVI, a Virgem mostrou-se diversas vezes em uma montanha próxima à Cidade do México e deixou sua imagem gravada no tecido de um manto. Chamada de Nossa Senhora de Guadalupe, é cultuada como padroeira da América Latina.
Uma das aparições mais famosas foi a da cidade de Lourdes, na França, em 1844, quando a Virgem foi visualizada 18 vezes em pouco mais de um mês pela menina que, mais tarde, foi canonizada como Santa Bernadette. Outra manifestação importante aconteceu em Fátima, Portugal, em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, e foi testemunhada inicialmente por três crianças.
Nossa Senhora tem por tradição fazer suas aparições em tempos atribulados, marcados por conflitos e guerras, quando apela à paz e à irmandade entre os homens, como a mãe que socorre seus filhos. As aparições mais recentes, apesar de ainda não reconhecida pela Igreja, confirmam essa tendência. Elas ocorreram a partir da década de 80 nos arredores de Medjugorie, na ex Iugoslávia (atual Bósnia-Herzegovina), em meio à guerra que resultou na dissolução do país.
Uma das invocações que mais arrebatam fiéis no Brasil atualmente é Nossa Senhora Desatadora de Nós. Venerada na Itália há mais de três séculos, chegou aqui apenas alguns anos atrás, quando juntou-se à lista dos santos mais populares ligados às causas urgentes ou de difícil solução. A devoção nasceu de uma tela pintada pelo alemão Joham Schmittdner, em 1700. A obra mostra Nossa Senhora desfazendo os nós de uma fita e foi inspirada em uma passagem da Bíblia que atribui a Eva o “nó da desgraça” da humanidade, que só Maria, mãe e advogada, é capaz de desfazer.
CATEDRAIS PARA MARIA
O auge da devoção a Nossa Senhora ocorreu no século XI, quando foram construídos em sua homenagem grandes catedrais em estilo gótico, como as de Paris, Chartres e Reims, na França. Nessa época, ela ganhou os mantos suntuosos e as coroas resplandecentes, que atestam sua magnitude.
À medida que seu culto foi se expandindo ao longo dos séculos, Maria incorporou diversos títulos, considerados dogmas (declarações solenes de fé, feitas em assembleias de bispos, que se tornam fatos espirituais inquestionáveis). A princípio chamada de Mãe da Igreja, ainda no primeiro século, passou a chamar-se Mãe de Deus, Sempre Virgem, Rainha dos Céus, Mãe das Nações e Mãe de Misericórdia entre os séculos V e VIII. Sua concepção sem pecado foi aceita como dogma no final do século XIII e deu a ela a nomeação de Imaculada Conceição, que quer dizer “concepção”.
UMA MARIA, VÁRIAS IMAGENS
Nossa Senhora recebe denominações próprias em todos os cantos onde o cristianismo está vivo: são as chamadas invocações, nascidas da fé e da gratidão de seus devotos. Elas estão ligadas a lugares, eventos, profissões ou imagens encontradas em situações inusitadas:
NOSSA SENHORA AUXILIADORA - Recebeu esse nome no século XVI após ajudar o exército cristão a vencer uma batalha contra os turcos.
NOSSA SENHORA DESATADORA DE NÓS - É invocada nas causas difíceis, ao desfazer os nós da vida que causam sofrimento e aflições.
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - A aparição a uma noviça francesa, em 1830, inspirou a figura que promete graças a seus devotos.
NOSSA SENHORA DA PAZ - Uma imagem encontrada em El Salvador, durante uma guerra, em 1682, ficou relacionada à paz.
IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA - Com o coração cheio de espinhos, a Virgem surgiu para uma testemunha da aparição de Fátima, nos anos 20.
NOSSA SENHORA APARECIDA - Uma imagem encontrada em um rio no interior paulista deu início à devoção da padroeira do Brasil.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - O nome se origina da palavra concepção. Professora a fé de que Maria foi concebida sem pecado original.
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - Em plena Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Maria fez aparições em Portugal, apelando à paz.
NOSSA SENHORA DAS DORES - Seu culto promete graças aos que se compadecem do sofrimento de Maria pela morte de Jesus.
NOSSA SENHORA DO CARMO - A devoção teve início na Idade Média, quando um nobre italiano fundou a Ordem dos Carmelitas.
Fonte: Bons Fluidos, Ed. 53, Editora Abril
Uma emocionante canção na voz de Fátima Guedes:
MINHA NOSSA SENHORA
(Fátima Guedes)
Que que é isso que se costura
Na minha alma
Doce sutura, futura calma
Que a prece alcança na paz de Deus
E até mesmo se há alguém que pense
Que a morte é sonho
Melhor viver nessa vida um sonho
Que eu possa ver
Pelos olhos teus
Pois sabendo que um dia é sempre
Chegada a hora
Eu peço, oh, minha Nossa Senhora
Que estenda a mão sobre o meu país
Quem te implora é outra Maria
A Maria qualquer, a Maria aprendiz
Eu também quero ser
- quem não quer? -
Quero ser feliz
Fonte:https://www.comprazen.com.br/blog/1/207/maria-amor-e-protecao-nossa-senhora-aparecida-jesus-santana-nosso-blog
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